Neurite óptica representa uma inflamação do nervo óptico. Sem dúvida, a forma mais comum é a idiopática, que é uma doença desmielinizante primária que ocorre de maneira isolada ou como parte de doenças desmielinizantes, como na esclerose múltipla.
A neurite óptica idiopática não tem nenhuma etiologia conhecida. Quando ocorre isoladamente, ela é considerada uma forma frusta de esclerose múltipla, e acredita-se que sua etiologia seja idêntica à dessa patologia.
A concepção mais comum dessa doença desmielinizante primária inflamatória é que ela
seja o resultado de uma interação entre suscetibilidade genética e um fator ambiental (infecção viral, por exemplo).
A neurite óptica classicamente apresenta-se como comprometimento ou perda da visão monocular doloroso ao longo de vários dias e alcança um nadir em 1 a 2 semanas. A dor é periorbital (em torno dos olhos) e agravada ao fazer movimentos oculares. Os pacientes podem descrever fenômeno de Uhthoff (agravamento dos sintomas com aumento da temperatura corporal, por exemplo, ao praticar atividade física) ou fenômeno de Pulfrich (alteração na percepção de profundidade de objetos em movimento). Pode haver relatos de fosfenos (fenômeno visual positivo), especialmente na fase aguda.
O diagnóstico dessa condição envolve uma consulta com neuroftalmologista. É importante, na anamnese, investigar alguma história pessoal de doenças autoimunes e inflamatórias, como lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose ou doença de Behçet. É também
importante perguntar sobre a história de doenças infecciosas: em particular, a sífilis.
No exame físico procuramos encontrar outros achados ou déficits neurológicos que possam indicar comprometimento do sistema nervoso central, além daquele associado à neurite óptica, como alteração do equilíbrio, da força muscular, da sensibilidade, dentre outras.
Exames incluem realização de neuroimagem (ressonância magnética do encéfalo e órbitas), extensa revisão laboratorial, campimetria computadorizada ou manual, tomografia de coerência óptica, dentre outros.
O tratamento precoce é de grande importância, uma vez indentificada a patologia de base. Diante de sintomas sugestivos de neurite óptica, procure um neuroftalmologista.
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